Internamento contra as drogas: como funciona?
29 de abril de 2025Saiba como funciona o internamento contra as drogas, entenda os danos físicos e mentais causados pela dependência e descubra quando buscar ajuda profissional.
Introdução
O uso abusivo de drogas é um problema de saúde pública que afeta milhares de pessoas no Brasil. Quando o dependente químico não reconhece a necessidade de tratamento, o internamento contra as drogas pode ser a única solução para salvar vidas. Seja voluntário ou involuntário, esse processo visa interromper o ciclo de dependência e oferecer suporte médico e psicológico.
Neste artigo, você vai entender como funciona o internamento contra as drogas, os danos físicos e mentais causados pelo vício e quando a família deve tomar essa decisão. Além disso, vamos explicar os tipos de internação disponíveis e como buscar ajuda profissional.
1. Danos físicos e mentais causados pelas drogas
O abuso de substâncias químicas traz consequências graves para o corpo e a mente. Veja os principais riscos:
Danos físicos:
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Problemas cardíacos (arritmia, infarto)
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Danos hepáticos (cirrose, hepatite)
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Comprometimento do sistema respiratório
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Desnutrição e perda de massa muscular
Explicação:
O uso prolongado de drogas como cocaína e crack pode levar a arritmias cardíacas e até infartos, devido ao estresse extremo que essas substâncias causam no coração. Já o álcool em excesso provoca danos irreversíveis ao fígado, como cirrose e hepatite alcoólica.
Drogas inalantes, como cola de sapateiro e lança-perfume, corroem as vias respiratórias, levando a doenças pulmonares crônicas. Além disso, muitos dependentes deixam de se alimentar corretamente, resultando em desnutrição severa e perda de massa muscular.
O corpo sofre um desgaste acelerado, reduzindo a expectativa de vida em até 20 anos em casos graves. Por isso, o internamento contra as drogas é essencial para interromper esse processo antes que as consequências se tornem irreversíveis.
Danos mentais:
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Depressão e ansiedade
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Surto psicótico
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Perda de memória e cognição
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Comportamento agressivo e automutilação
Explicação:
As drogas alteram a química cerebral, levando a transtornos como depressão e ansiedade generalizada. Muitos usuários desenvolvem crises de pânico e tendências suicidas devido ao desequilíbrio nos neurotransmissores.
Substâncias como maconha sintética e crack podem desencadear surtos psicóticos, fazendo o indivíduo perder completamente o contato com a realidade. Em casos extremos, há relatos de pacientes que cometeram atos violentos contra si mesmos ou outras pessoas durante crises.
A memória e a capacidade de raciocínio também são afetadas. Drogas como o álcool em excesso causam danos neurológicos permanentes, dificultando a concentração e o aprendizado. Por isso, quanto antes for feito o internamento contra as drogas, maiores as chances de recuperação cognitiva.
2. Tipos de internamento contra as drogas
Existem três modalidades de internação para dependentes químicos, cada uma com suas particularidades:
a) Internação voluntária
O paciente reconhece a necessidade de tratamento e busca ajuda por vontade própria. Essa é a forma mais indicada, pois o indivíduo está disposto a se recuperar.
Explicação:
Na internação voluntária, o dependente químico toma a iniciativa de procurar uma clínica de reabilitação. Esse é o cenário ideal, pois o paciente já entende que precisa de ajuda e está mais aberto ao tratamento.
Muitas clínicas oferecem programas de desintoxicação e terapia comportamental para esses casos. O tratamento costuma ser mais eficaz, já que o paciente colabora ativamente com sua recuperação.
No entanto, nem todos os dependentes chegam a esse estágio de consciência. Muitos só percebem a gravidade do vício quando já perderam emprego, família e saúde. Por isso, em casos mais avançados, outras formas de internação podem ser necessárias.
b) Internação involuntária
Quando o dependente não aceita tratamento, mas a família ou um médico psiquiatra avalia que há risco de vida. Nesse caso, a internação é feita sem o consentimento do paciente, mas com respaldo legal.
Explicação:
A internação involuntária é um recurso utilizado quando o usuário de drogas representa perigo para si mesmo ou para outras pessoas. Familiares podem solicitar a internação com um laudo médico que comprove a necessidade do tratamento.
Esse processo é regulamentado pela Lei nº 10.216/2001, que garante os direitos do paciente enquanto permite a intervenção em situações de risco. A internação involuntária não pode ser feita de forma arbitrária – é necessário um parecer médico que justifique a medida.
Embora difícil para a família, essa decisão muitas vezes salva vidas. Muitos dependentes, após o tratamento, reconhecem que a internação foi essencial para sua recuperação.
c) Internação compulsória
Decidida pela Justiça, geralmente em casos extremos onde há perigo iminente para o paciente ou terceiros. Requer laudo médico e intervenção judicial.
Explicação:
A internação compulsória é determinada por um juiz, geralmente em situações onde o dependente já está em estágio avançado de deterioração física e mental. É comum em casos de surtos psicóticos, violência familiar ou risco de morte por overdose.
Diferente da internação involuntária (que pode ser solicitada pela família), a compulsória exige um processo judicial. O Ministério Público ou um representante legal precisa apresentar provas de que o indivíduo representa um perigo real.
Esse tipo de internação é polêmico, mas em casos extremos, pode ser a única forma de evitar tragédias. Após a estabilização do paciente, ele pode ser encaminhado para tratamento voluntário.
3. Quando a família deve optar pelo internamento?
Muitas famílias hesitam em tomar a decisão de internar um ente querido, mas em alguns casos, essa medida é essencial. Veja quando considerar o internamento contra as drogas:
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Quando há risco de overdose ou morte
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Se o dependente apresenta comportamento violento
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Quando o vício já causou perda de emprego, relacionamentos ou saúde
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Se tentativas anteriores de tratamento falharam
Explicação:
A decisão de internar um familiar nunca é fácil. Muitos pais e cônjuges acreditam que podem ajudar o dependente em casa, mas em casos graves, isso pode ser perigoso. Quando há sinais de overdose frequente ou deterioração física acelerada, a internação se torna urgente.
Comportamentos agressivos, ameaças e automutilação também são sinais de que o vício está fora de controle. Nesses casos, esperar que o dependente "queira se tratar sozinho" pode custar vidas.
Se o indivíduo já perdeu emprego, foi abandonado pela família ou desenvolveu doenças graves devido às drogas, o internamento contra as drogas é a melhor chance de recuperação. Quanto mais cedo o tratamento começar, maiores as chances de sucesso.
4. Como funciona o tratamento em uma clínica de recuperação?
O processo de reabilitação envolve várias etapas:
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Desintoxicação – Eliminação das substâncias do organismo com acompanhamento médico.
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Terapia individual e em grupo – Ajuda a entender as causas da dependência.
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Atividades ocupacionais – Esportes, arte e workshops para reintegração social.
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Acompanhamento pós-internação – Prevenção de recaídas com suporte contínuo.
Explicação:
A primeira fase do tratamento é a desintoxicação, que pode durar de 7 a 15 dias. Nesse período, o paciente recebe medicamentos para aliviar os sintomas da abstinência, como ansiedade, insônia e dores musculares.
Após a desintoxicação, começam as terapias individuais e em grupo. Psicólogos e terapeutas ajudam o dependente a entender as causas do vício, trabalhando traumas e comportamentos autodestrutivos.
Atividades como esportes, música e artesanato são usadas para ocupar a mente do paciente e reconstruir sua autoestima. Muitas clínicas também oferecem workshops profissionalizantes para facilitar a reinserção no mercado de trabalho.
O tratamento não termina com a alta. O acompanhamento pós-internação é essencial para evitar recaídas. Grupos de apoio, como Narcóticos Anônimos (NA), e consultas periódicas com psicólogos ajudam a manter a sobriedade a longo prazo.
Conclusão
O internamento contra as drogas é uma medida necessária em casos graves de dependência química. Seja voluntário, involuntário ou compulsório, o objetivo é proteger a saúde do paciente e reintegrá-lo à sociedade.
Se você conhece alguém que precisa de ajuda, não espere que a situação piore. Fale com um especialista e descubra a melhor forma de tratamento.
Entre em contato agora mesmo e salve uma vida!